A Decisão de Engravidar

Vamos para uma reflexão… Há poucas décadas atrás, as mulheres percebiam suas gestações, quando havia atraso menstrual associado a crescimento abdominal. Em alguns casos, a gravidez só era descoberta durante o trabalho de parto. Não existia pré natal, nem mesmo ultrassom. E na maioria das vezes (por incrível que pareça), o bebê nascia forte e saudável, no máximo, com auxílio de uma parteira conhecida.

 
A natureza tomava conta desde a concepção do feto, ao parto normal, já que a pelve feminina se adapta ao crescimento do bebê e as contrações acontecem espontaneamente ligadas à dilatação
do colo uterino.

 

Sendo assim, por que um casal que está esperando um bebê nos dias atuais, ao romper a bolsa amniótica no meio da madrugada, liga para seu obstetra e imediatamente, vai “voando” para a maternidade? Parece óbvio, não? Com as novas tecnologias, como a ultrassonografia, por exemplo, podemos avaliar o perfil biofísico fetal e comprovar que o bebê está bem. Diminuindo dessa forma, a ansiedade e a preocupação. Além disso, com conhecimentos técnicos adquiridos através de protocolos rígidos e estudos científicos consistentes, diminuímos complicações médicas.

 

E finalmente, existe o medo e a insegurança em não conseguir por conta própria, fazem com que
o casal busque ajuda especializada. Ainda bem!
Portanto, é possível melhorar o bem estar do casal e do recém nascido, mesmo quando a natureza é soberana, com o devido acompanhamento médico, perguntamos: a concepção é menos importante que o parto? Será que não devemos dar a devida importância para o início do ciclo gravídico-puerperal, da mesma forma que a sociedade concede à etapa final?

 

Acreditamos que a formação do embrião, ou fecundação, acontece de forma natural e que por isso, não precisamos de procurar por assistência nesse momento. Na verdade, existe uma visão social deturpada, que todos podemos engravidar quando quisermos. E isso não é verdadeiro. Por falta de conhecimento, negligenciamos aproximadamente 20% da população mundial, que fazem planos para engravidar, e a gravidez não vem ou não se mantém.

 

As causas da infertilidade conjugal são variadas, desde alteração em quantidade/qualidade de espermatozóides no homem, à obstrução tubária ou alteração na ovulação na mulher.
Além disso, não podemos nos esquecer da responsabilidade que é, desenvolver um ambiente saudável para o feto também se desenvolver. Histórico vacinal inadequado, doenças infecciosas, exposição a substâncias nocivas são infelizmente, causadores de danos graves e irreversíveis à saúde do bebê.

 

Ao decidir engravidar, é fundamental a participação de um especialista para avaliação clínica do casal, solicitação de exames sorológicos, hormonais e reprodutivos básicos (como, ultrassom transvaginal, avaliação tubária e espermograma), conferência do estado de vacinação, uso de polivitamínicos complementares e aconselhamento médico. A associação de conhecimento técnico-especializado e novas tecnologias reprodutivas são capazes de minimizar a ansiedade, o medo e a dor frequente que permeiam os casais que enfrentam a infertilidade.

 

Texto: Dr. Rafael Bertel Fontes.    CRM 138181

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